A jornada real por trás do meu blog em Next.js: erros, IA e reconstrução.
Existe um preço que eu paguei por focar meus estudos e experiências exclusivamente em ServiceNow. Tecnologias emergentes de desenvolvimento web não eram tão necessárias no meu dia a dia, já que a plataforma é majoritariamente baseada em soluções Low/No Code.
Foi então que, no início de 2024, com a ascensão popular das inteligências artificiais, tive uma ideia que (embora agora pareça clichê) mudou meu rumo: aprender perguntando para a IA. Resolvi criar um blog que funcionasse como meu portfólio, minha base de conhecimento e minha zona de testes e aprendizado.
Abri um novo projeto no Figma e uma ferramenta de diagramas, e comecei a pensar. Essa é a forma como mais gosto de começar meus planejamentos.
Meu objetivo era esse:
Como a ServiceNow até então utilizava principalmente AngularJS, JavaScript, HTML e CSS nos portais, eu tinha um novo desafio pela frente: me atualizar com as tecnologias modernas de desenvolvimento web.
O primeiro alvo foi o React.
Prompt atrás de prompt, eu fui construindo meu blog e aprendendo a tecnologia de forma superficial. Em poucos dias, o projeto estava quase pronto. Foi quando pedi um feedback e acabei recebendo uma mentoria valiosa (a qual serei eternamente grato) de um dos meus maiores amigos e mentores, Yuhri Bernardes.
Ele me explicou sobre o cenário atual, sobre ciclo de vida dos componentes, SSR e CSR, e principalmente, como num projeto focado em blog, o Server Side Rendering (SSR) era essencial para otimização de SEO.
E surgiu um novo obstáculo: converter meu projeto de React para Next.js, onde o SSR é mais simples de implementar.
Mais uma vez, fui pelo caminho que parecia mais eficiente: perguntar para a IA, copiar, colar, testar. Apareceu erro? Sem problemas, a IA resolvia.
Até que ela parou de resolver.
A IA começou a se perder, e eu não conseguia corrigir um problema crítico de ciclo de vida. Foi frustrante. Ao mesmo tempo que você tem a ilusão de estar no controle, a limitação da IA te lembra que, no fundo, você ainda não domina aquilo.
Foi aí que entendi.
Eu não podia depender totalmente da IA, nem seguir no estilo “vibe coding”, se realmente quisesse construir algo sólido, seguro e de qualidade.
Então recomecei. Do zero.
Estudei React e Next.js do jeito mais raiz possível: lendo documentação oficial, assistindo vídeos técnicos, buscando no StackOverflow, errando, acertando, e consolidando o aprendizado.
Depois de algumas semanas, e unindo o novo conhecimento adquirido com toda a minha bagagem em Portais de Serviço na ServiceNow, cheguei no resultado que hoje está disponível para vocês. E foi muito mais recompensador.
Assinei o GitHub Copilot, que me ajudou bastante com sugestões e auto-complete, mas dessa vez, eu era o cérebro do processo. A IA me auxiliava, não comandava.
A grande lição disso tudo foi perceber que a IA não é (ainda) o centro do progresso, mas sim uma ferramenta poderosa, uma extensão da nossa consciência.
Precisamos ter cuidado para não desconsiderar nossa humanidade nesse processo. Porque é justamente ela que vai resolver os problemas quando tudo der errado, quando faltar energia, conexão ou quando um sistema falhar.
A IA de fato reduz bastante os custos no curto prazo, mas ainda não consegue compreender o contexto geral e projetar arquiteturas otimizadas que considerem o custo real, todos os riscos e ao mesmo tempo entreguem uma solução performática.
Não podemos basear nossas criações, decisões e negócios inteiramente em algo que depende de tantas variáveis externas e instáveis. Ainda.
Isso não quer dizer que a IA não será, um dia, tão confiável quanto a energia elétrica ou a internet. Acredito que estamos indo para esse caminho, sim. Mas até lá, é a nossa capacidade humana que sustenta o que estamos construindo.
Construir algo de verdade com solidez e qualidade, nos exige mais do que copiar e colar resultados de IA, exige nossa vivência, falha, entendimento profundo e, principalmente, presença humana no processo.
Se você está começando agora, ou pensando em voltar a estudar desenvolvimento, saiba que usar IA é ótimo, mas não esqueça de desenvolver o mais importante: você mesmo.
O conhecimento sólido ainda é, e sempre será, a base da inovação de verdade.
Espero que vocês tenham gostado desse artigo, se puderem compartilhar o blog, eu serei grato. Assim ele continua e nós crescemos juntos!
Vejo vocês no próximo post!